sexta-feira, 16 de outubro de 2009

 

Deus é a motivação para tratamento às drogas

Por Ataide Lemos

O homem é um Ser livre por excelência, esta liberdade o leva a construir caminhos seguindo sua vontade, fazendo dela o seu destino. Dentro desta liberdade ao longo do tempo vai fazendo suas escolhas; vai criando sua independência ou dependência e assim, trilha sua história.
Quando um jovem conhece as drogas, para alguns ela o completa, levando-o a tornar-se usuário sendo beneficiado orgânica e psicologicamente pelo uso, passa a ter um estilo de vida segundo as características do tipo de droga escolhida.
Por mais que tentamos mostrar ao usuário e dependente os malefícios e as conseqüências que elas causam dificilmente conseguiremos, será um esforço em vão, com raras exceções.
Infelizmente, depois que alguém sentiu a experiência, o prazer da droga em seu organismo e em seu psíquico, havendo empatia é uma tarefa quase impossível convencê-lo deixar de usá-la.
Pois bem, quando este usuário se torna dependente o uso passa a ter uma conotação totalmente diferente em sua vida. Este uso transforma-se numa necessidade orgânica e psíquica, pois, a fissura, a ansiedade, a compulsão, a angustia, só ameniza ao usá-la.
Exemplificando; alguém que todos os dias toma calmante para dormir, quais os sintomas que sentirá quando lhe falta? Não dorme, seu estado psicológico altera significativamente, o dia seguinte é horrível.  Desta mesma maneira poderíamos usar um outro exemplo, um fumante sem cigarro fica instável, depressivo, altera seu humor, compulsivo, come o que achar pela frente... porém, num trago muda completamente, voltando ao seu estado emocional normal.
Por estes dois exemplos podemos entender a dificuldade que é uma pessoa dependente deixar o uso. Se no primeiro momento o bem-estar, o prazer da droga o leva a não ouvir as pessoas e continuar usando-as, por outro lado, quando já dependente todo o mal-estar pela falta o impede de parar.
Porem há dependentes que sofrem e têm grandes perdas sociais, seu organismo fica debilitado. Neste momento, parar já não é mais um desejo, mas sim uma necessidade. No entanto, torna-se impossível diante tantas conseqüências e reações orgânicas, psíquicas devido à síndrome de abstinência e outros fatores de ordem emocional. Quando o dependente atinge este quadro crítico, não conseguindo por outros meios deixá-la, é comum buscarem a força espiritual. Há vários dependentes químicos que somente conseguem libertar-se das drogas vencendo as crises de abstinência através do desenvolvimento espiritual.
O apegar em Deus lhe proporciona uma força extra sobrenatural capaz de ajudá-lo superar a dependência mudando radicalmente seu estilo de vida. Para nós que atuamos no tratamento por meio da espiritualidade podemos observar a facilidade que o recuperando encontra-se em abrir seus sentimentos, expondo sua vida com os profissionais de forma serena, em momentos crucias de um tratamento.
Quando falo desta experiência de Deus e o desenvolvimento espiritual, refiro-me uma experiência de um Deus misericordioso, isto é, a importância que nós temos para Ele, e não, uma experiência de um Deus que castiga que vê o homem como algo simplesmente carregador de pecados, pelo contrario, um Deus que acolhe. É sem duvida este acolhimento é o fator fundamental para a entrega no tratamento.

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